Morre Hans van Manen, mestre da dança contemporânea, aos 93 anos

O coreógrafo neerlandês Hans van Manen, um dos grandes nomes da dança contemporânea mundial, morreu no dia 17 de dezembro, aos 93 anos. A morte foi anunciada pela Ópera e Ballet Nacionais dos Países Baixos e marcou o fim de uma trajetória artística que atravessou seis décadas e ultrapassou fronteiras, influenciando gerações de bailarinos e coreógrafos.

Veterano do Ballet Nacional e referência absoluta do ballet moderno, Van Manen deixou um legado impressionante de mais de 150 obras, hoje presentes no repertório de cerca de cem companhias internacionais. Seus trabalhos são encenados por conjuntos como o Ballet da Ópera de Paris, Ballet de San Francisco, Ballet de Stuttgart, Ballet Estatal de Viena, Ballet de Houston e o Ballet Nacional do Japão, entre muitos outros.

Conhecido por um estilo direto, preciso e altamente expressivo, Hans van Manen combinava rigor clássico, linguagem contemporânea e forte carga de erotismo, sempre com foco nas relações humanas. “A dança expressa dança e nada mais”, afirmou em 1988, ao aceitar uma cátedra extraordinária na Universidade Radboud, em Nimega — frase que sintetiza sua visão estética.

Ao longo da carreira, foi diretor artístico do Nederlands Dans Theater e, posteriormente, coreógrafo residente do Het Nationale Ballet, duas das mais prestigiadas companhias do país. Também colaborou com grandes nomes da dança, como Rudolf Nureyev, Natalia Makarova e a espanhola Sol León. Para além dos palcos, criou obras para a televisão e declarava admiração pelos musicais de Fred Astaire e Ginger Rogers.

Em 2021, Van Manen criou a Fundação Hans van Manen e confiou a custódia de sua obra ao Het Nationale Ballet. Os direitos autorais permanecem com seu marido, Henk van Dijk. Além da dança, o artista também se destacou como fotógrafo, com exposições internacionais, e em 2024 doou todo o seu acervo fotográfico ao Rijksmuseum de Amsterdã.

Nascido em 1932, em Amstelveen, próximo a Amsterdã, estudou com a coreógrafa Sonia Gaskell e integrou o Ballet da Ópera dos Países Baixos e os Ballets de Paris, de Roland Petit. Sua primeira coreografia data de 1955, e o reconhecimento veio cedo, com o Prêmio Estatal de Coreografia. Para Ted Brandsen, diretor do Ballet Nacional, seu legado “perdurará nos corpos dos bailarinos e nos olhos de inúmeros espectadores”.

Waldheim Montoya

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