Cali, conhecida mundialmente como a capital da salsa, viveu um final de semana intenso e cheio de emoção com os seletivos das escolas juvenis que buscam uma vaga no Salsódromo 2025, o grandioso desfile de abertura da Feria de Cali. Entre os dias 12 e 13 de outubro, dezenas de jovens entre 14 e 18 anos mostraram talento, disciplina e a força de uma tradição que move gerações na cidade colombiana.
Para quem acompanha de longe — inclusive o crescente público brasileiro apaixonado por salsa — o Salsódromo é um espetáculo que vai além da dança: é uma manifestação cultural que simboliza o coração caleño. Participar dele é considerado uma honra, resultado de meses (e às vezes anos) de preparação.
Mais que grupos, verdadeiras famílias de baile
A dedicação das escolas juvenis ficou evidente nos depoimentos das jovens bailarinas, como Mariana Flórez, de 16 anos, que define sua equipe como uma família: “não somos apenas um grupo onde ensaiamos e pronto. Construímos laços muito fortes”. A conexão se reflete no palco, onde a sincronização parece natural — mas é fruto de rigor e entrega.
Sofía Ramírez, de 17 anos, reforça o esforço coletivo: “detrás do que mostramos hoje houve risos, lágrimas e muito trabalho”. Já María del Mar Vargas, de 18 anos, descreve a experiência como um privilégio cultural: “é único estar aqui representando nossa cultura caleña”.
Essas jovens, como tantos outros, cresceram respirando salsa e participando diversas vezes desse processo seletivo que alimenta o sonho de brilhar no Salsódromo.
Famílias que sustentam o sonho
Fora do recinto, pais e mães aguardavam com ansiedade, aplausos e orgulho. Diana Garcés, mãe de um dos bailarinos, resume o sentimento coletivo: “é estar com eles nos treinos, no figurino, apoiando emocional e economicamente”. Para ela, a salsa ensina mais que técnica — ensina valores como amizade e trabalho em equipe.
Escolas comprometidas com a tradição caleña
O trabalho das academias é fundamental para manter viva a identidade da salsa de Cali. Lizzi Trujillo, diretora da Fundação Escola de Baile Rumbalé, reforça que o seletivo evidencia a seriedade dos processos de formação. A escola levou 20 bailarinos para a categoria juvenil e também participou da seleção infantil.
O coreógrafo Brayan García destaca o foco da equipe: “queremos resgatar a salsa, o baile caleño”. A preparação intensa durou mais de quatro meses.
Rumo à Feria de Cali 2025
O encerramento dos seletivos trouxe lágrimas, sorrisos e a certeza de que cada passo é parte de uma história maior. Em Cali, a salsa não é apenas dança — é identidade, é território afetivo, é o idioma que une jovens, famílias e gerações inteiras.
O Salsódromo 2025 promete mais uma edição emocionante, reforçando o papel da Feria de Cali como um dos eventos culturais mais vibrantes da América Latina. E, para quem acompanha do Brasil, fica o convite irresistível: vivenciar de perto a magia da salsa onde ela nasceu e pulsa com mais força.
Waldheim Montoya
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