Da quadrilha ao passinho: a dança brasileira se reinventa entre tradição e contemporaneidade

O Brasil vive um momento de efervescência cultural no âmbito da dança, onde as expressões populares e as propostas contemporâneas dialogam para redefinir a identidade artística do país.



A quadrilha junina, ligada às festas de São João, foi oficialmente reconhecida como manifestação cultural nacional em 2024, consolidando seu lugar no patrimônio brasileiro. Com coreografias em grupo e trajes coloridos, essa tradição do nordeste se tornou um fenômeno de massa que reforça o enraizamento comunitário.


Paralelamente, o passinho, nascido nas favelas do Rio de Janeiro e ligado ao funk carioca, foi declarado patrimônio cultural do Estado do Rio de Janeiro. Sua mistura de samba, capoeira, break dance e frevo o tornou um símbolo da criatividade juvenil e da resistência social.


A expansão do passinho nas redes sociais o projeta como um movimento global, capaz de conectar a cultura urbana brasileira com públicos internacionais.


A cena contemporânea também traz inovação. Companhias históricas como a Cia. de Dança Palácio das Artes, em Minas Gerais, continuam estreando obras que exploram a conexão humana e a proximidade, enquanto festivais em São Paulo, Belo Horizonte e Salvador reforçam a presença do Brasil no circuito global de dança.


A tendência atual é a hibridização: coreógrafos contemporâneos incorporam elementos do passinho e de danças populares em montagens cênicas, criando uma ponte entre o comunitário e o institucional.


Em conjunto, essas dinâmicas mostram como a dança brasileira se reinventa entre tradição e contemporaneidade. A consolidação de expressões populares como patrimônio cultural e a inovação de companhias e festivais contemporâneos marcam um duplo impulso que fortalece a identidade artística do país e projeta sua influência no cenário internacional.


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Waldheim Montoya

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