A batida que conta histórias: o impacto sociocultural do samba

No Dia Nacional do Samba (2 de dezembro), o professor Lucas Souza, da UNIASSELVI, destacou o ritmo como uma verdadeira “tecnologia afetiva” que molda identidades, conecta gerações e orienta a criação musical nas periferias brasileiras. Para ele, o samba ultrapassa a noção de símbolo nacional e expressa, no corpo e no gesto, a complexa experiência de ser brasileiro, especialmente das comunidades negras que o criaram no pós-abolição.

Souza reforçou que o samba reconta a história dos marginalizados e devolve dignidade a grupos historicamente empurrados para as margens. Essa força explicaria sua conexão com ritmos como rap e funk, que também nasceram em contextos de resistência. Segundo o professor, o samba funciona como “pai” desses gêneros, abrindo caminhos e legitimando novas expressões da música periférica.

As escolas de samba, lembra Souza, são verdadeiras “escolas da vida”. Surgidas dos antigos ranchos carnavalescos, tornaram-se espaços de formação social, artística e comunitária. O antropólogo, que cresceu na Porto da Pedra, relata que sua própria família aprendeu música, convivência e pertencimento dentro da escola. Hoje, iniciativas como a Universidade Livre do Carnaval reforçam essa dimensão pedagógica.


O professor também destaca o papel das rodas de samba em territórios de memória, como a Pedra do Sal, onde o ritmo se mantém como forma de resistência e preservação da ancestralidade negra. Já sobre a presença feminina, lembra que as Tias Baianas foram fundamentais para o nascimento do samba, mas suas lideranças foram apagadas por estruturas machistas que ainda persistem.

Apesar disso, Souza afirma que o samba só existe por causa da força e da inteligência das mulheres — protagonistas invisibilizadas que sustentaram o ritmo desde suas origens.

Waldheim Montoya

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