Personal Dancer, a hora e a vez das mulheres atuarem

Elas começam a ganhar mais presença nos bailes da cidade de São Paulo.

Personais dancers estão cada vez mais presentes em número e desenvoltura pelas pistas dos principais bailes da cidade de São Paulo e Grande São Paulo. Hoje em dia é muito comum ver homens, e algumas mulheres, vestidos de preto e identificados por botons, conduzindo seus pares de todas as faixas etárias pelas pistas.  Eles vêm numa crescente, 9 de cada 10 bailes tem esses profissionais à disposição.

E nessa profissão quase que predominantemente masculina, as personais dancers, vem despontando, em número bem menor, aqui e ali.  A pouca divulgação das meninas nos bailes e nas escolas de dança contribuem para essa diferença, além da maior presença de mulheres do que a de homens que dançam nos bailes, causando certo desiquilíbrio.

Personais dancers femininas tem seu diferencial, além de dançar como “conduzidas” ainda podem ensinar seus pares a conduzir, enquanto que personais masculinos na sua maioria conduzem, pela posição do homem na dança de salão. E isso é maravilhoso, ajudará a formar cada vez mais parceiros de dança nos bailes, o que irá equilibrar a equação a favor das mulheres.

Fomos conversar com duas profissionais da dança pra saber mais como tudo funciona. São elas Marcella Medrado, personal Dancer e organizadora de equipe de personais em bailes e Lucy Ramos personal dancer e professora de português.


A formação das duas na dança foi um pouco diferente, mas tem a paixão como a base pra que tudo se iniciasse.

Marcella começou aos 10 anos participando de um concurso de lambada e daí pra frente não parou mais. Hoje atua como bolsista em uma escola de dança e estuda para tirar seu certificado, enquanto dá aulas particulares.

Segundo seu relato, a história como personal começou meio que organicamente: “Comecei a trabalhar nas baladas, vendendo fichas para os personais. Me viram dançando e convidaram para fazer um baile como personal particular. Desde então estou nesse mundo da dança., acredito que já tenha uns 4 anos trabalhando como personal dancer.”

Com Lucy a relação com a dança iniciou um pouco mais tarde:” minha história com a dança foi de encontro, paixão, romance e hoje somos namorados. Aconteceu logo que terminei a faculdade de Letras, sou professora de português na rede estadual. Assim que entrei em 2006 fazendo aulas no Sesc do Carmo e Galeria Olido no centro de São Paulo, conheci pessoas maravilhosas que muito me ajudaram, orientaram e as coisas foram acontecendo.”

Seu início como personal foi após várias aulas e curso de capacitação em dança, e apresentações em uma companhia: “Passei a atuar como personal e arte educadora de dança com aulas particulares e em grupo pela prefeitura de São Bernardo e de Diadema, aonde resido”


Segundo as duas, o perfil de clientes que as contratam para bailes, aulas e eventos é bem parecido, geralmente homens mais velhos e alguns mais novos, que querem treinar o que aprenderam, dançando e conduzindo.

Marcella e Lucy podem ser encontradas em importantes bailes de dança de salão pela cidade como os do Associação Vila Maria, Zais – A casa mais dançante, União Fraterna, Bar do Nelson, Espaço Vila, Tango bailes, New Opera entre outros, além claro de poderem ser contratadas para dançar em eventos específicos.

Como em toda profissão exercida por mulheres, nem tudo são flores sempre pra elas, um ou outro cliente pode ter uma atitude desrespeitosa, mas elas lidam com isto com a leveza de quem tem a dança no dia a dia vive, procurando se desvencilhar da situação e se afastar do incomodo. Caso algo mais grave aconteça sabem como se proteger, procurando sua rede de apoio e as autoridades competentes.

Potenciais dançarinos ainda não descobriram, mais são ótimas as vantagens de se contratar uma personal. Marcella enumera algumas aqui: “Você não fica parado nos bailes, constrói amizades que pode levar para vida, movimenta corpo e eleva a alma. Dançar transforma seu dia e o momento que você está ali dançando, é libertador.”

Lucy ainda destaca: “Para quem contrata a oportunidade de treinar e até mesmo aprender a arte da dança. Para a personal além do retorno financeiro é poder compartilhar com os outros um pouco do meu saber sobre essa arte corporal e curativa.”

Marcella acredita que que uma maior adesão dos homens também se faz necessária para que a profissão cresça: “Falta mesmo os homens se permitirem dançar com nós profissionais da dança e que podemos oferecer uma dança agradável e alegre para eles.”

Nós do Bailaki torcemos para que cada vez mais profissionais surjam pelos bailes do Brasil e do mundo. E boa sorte e sucesso as pioneiras Marcella Medrado e Lucy Ramos! Muita dança pra vocês!

Angélica Pellicer

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